O conceito de felicidade depende muito do que você busca para a sua vida. Eu tenho sido questionada por algumas leitoras, se dá realmente para ser feliz sendo solteira, uma vez que a crença de que a mulher nasceu para construir uma família, namorar e casar, ser a dona de um lar. E a sociedade prega o tempo todo essa pressão em cima das mulheres, quando percebem que estão na faixa dos 30/40 e tantos anos sem nunca ter casado. Mulher sofre, né?
Felizmente, os anos trouxeram algumas transformações e deram mais poder de decisão para as mulheres. Direitos foram conquistados e a liberdade aumentou ainda mais, a de ir e vir. E com essas mudanças e direitos conquistados, vem junto com a não necessidade de estar em um casamento, um relacionamento. Ou, as mulheres que se separam e decidem que a vida é melhor estando solteira, como o meu caso.
E claro, cada caso é um caso, mas de toda maneira, dá pra simplificar as coisas e tornar a solteirice não só em uma maneira de refazer a sua vida, mas permitir-se às oportunidades de abraçar a própria companhia e descobrir coisas que não daria antes, estando acompanhada.
Eu cresci em uma família grande. As mulheres poderiam se formar e no fim, acabavam como donas de casa. Cresci com a ideia de que a felicidade completa seria encontrar um relacionamento perfeito, sólido e por muito tempo, busquei isso, apostando a felicidade nisso. Então, depois de tantas decepções, expectativas demais, foi me cansando, me desgastando. Afinal de contas, é cansativo sempre ter um relacionamento novo. Você conhece alguém, leva tempo para se arrumar, se maquiar, compra roupas novas, tudo para impressionar o cara novo no encontro. E deve seguir as etapas do relacionamento para chegar em um que seja sério, oficial. Até você transformar as saídas em uma relacionamento sério, cria expectativas demais, a insegurança vem, você não sabe se vai ser um namoro no final, e mesmo assim se apega à pessoa sem saber o que esperar dela. Se vira namoro, tem que se esforçar para fazer dar certo, e espera que ele/ela faça a parte dela. Não é desgastante? Eu fui ficando com preguiça de tudo isso. Foi quando eu decidi ficar um tempo solteira e focar em mim, nos meus projetos e sonhos que acabei deixando para trás, para me dedicar a um... relacionamento!
Mas a pergunta é, como ser feliz solteira?
Antes de tudo, é preciso se livrar da carência. Se livrar das amarras do passado e da crença de que só será feliz estando com alguém. Sem isso, você não conseguirá ficar mais que alguns meses solteira.
Se decidir ficar sozinha, faça planos para você e se habitue a fazer coisas sozinha. Viaje, leia, faça cursos, uma nova graduação, o que seja. Abrace a sua própria companhia, por inteira. É importante saber que sua companhia é agradável, e não tenha medo de se conhecer, saber quem você é de verdade. E foi na solteirice que descobri coisas sobre mim que antes eu não percebia. Passei a me curtir e me admirar ainda mais. E isso me basta. Carência? Ah, sempre tem uma carência aqui e ali, mas nada que fuja do controle, não deixo ela me dominar.
Faça coisas que realmente te dê prazer. Permita-se a sonhar alto, sem se preocupar com nada, liberte-se de todas as suas amarras e medos. Não se importe tanto com a sua idade, com casamento, relacionamentos, importe-se com você, com a sua vida e seus sonhos. Não permita que sua felicidade dependa de outra pessoa, jamais. Dê esse poder somente a si mesmo.
Costumo dizer que o ser humano precisa de outro para satisfazer algumas carências afetivas, até que ele aprenda a satisfazer-se sozinho. É quando nós descobrimos formas de como preencher as lacunas afetivas sem essa necessidade de estar com alguém. Para conseguir isso é um processo longo, e o autoconhecimento é a parte mais importante nisso. Quando você passa a se conhecer, a saber quem você é nesse mundo, e o papel que quer exercer, não sente mais necessidade de aprovação. Querendo ou não, a gente se relaciona com outras pessoas querendo ser aprovado, ser aceito, construído e reconstruído. E uma parte de nós é abalada porque estamos esperando do outro o que não deveria, e ficamos frustrados, mesmo que a relação seja feliz.
Pessoas inteligentes trabalham com as suas próprias emoções, controlam-se. É o que eu chamo de inteligência emocional, e eu já falei muito disso aqui. Quando trabalhamos com a nossa inteligência emocional e independência emocional, facilita muito viver uma solteirice leve e feliz.
Desprenda-se de conceitos duvidosos, de retrocesso que a sociedade prega. Você é mulher, é livre, e tem o direito de estar feliz mesmo solteira, como você quiser. Permita-se. Se alguém disser que você precisa de um marido, diga que marido não é sinônimo de felicidade. Aliás, quase nunca é mesmo. A vida de casada é desgastante e suada, sem generalizar, claro. Dividir o mesmo teto com um parceiro não é lá ter uma vida de mar de rosas. Tem que ter muita psicologia para fazer dar certo, e no meu caso, não estou a fim mesmo de passar por todo esse processo de novo. Cansou, né?
Dá para ser feliz, e muito feliz, sendo solteira. Dá para se realizar tanto quanto. E as oportunidades boas que surgem na solteirice... São infinitas. E se a carência bater, tome um potão de sorvete, assista um filme de comédia, ouça músicas e mergulhe de cabeça em algo novo, que ela passa rapidinho e você se livra de ciladas que ela traz.
Ah, você quer estar com alguém? Esteja, mas dê o seu tempo, se curta e seja feliz um pouco sozinha, para perceber que não precisa de ninguém para ser feliz, ok? Quando você percebe que realmente não PRECISA de ninguém no sentido romântico, tudo fica mais fácil.
Bye.
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