Sobre a imagem: essa mulher é perfeita, a verdadeira personificação de uma mulher que superou o impossível na vida. Ps: Sou hétero, rs.
Acredito que a dificuldade em superar o término de um relacionamento vem, muitas vezes, de uma conexão profunda que criamos não só com o outro, mas com a vida que construímos juntos, com os sonhos compartilhados e com a identidade que moldamos nesse contexto. Quando tudo isso chega ao fim, pode ser doloroso demais para deixar de lado essa história e, mais ainda, a pessoa que nos tornamos nela. Nos sentimos perdidos, como se uma parte essencial de quem somos tivesse ficado para trás.
Passei por esse processo algumas vezes, e ele não é fácil. Aprender a aceitar o término como um novo ciclo exigiu paciência e, acima de tudo, a coragem de me confrontar. Primeiro, houve a tristeza, o vazio, aquela sensação de que nada mais faria sentido sem o "nós" que havia antes. Levei tempo para entender que estava tudo bem sentir dor e saudade, que esses sentimentos são parte do luto, e que me permitir sentí-los era necessário para, aos poucos, conseguir soltar o que me prendia a essa fase.
Superar, para mim, começou a acontecer no momento em que comecei a me reencontrar como mulher, independentemente do papel que eu tinha no relacionamento. Comecei a perceber que o fim também era uma oportunidade de me redescobrir, de lembrar quem eu era antes de tudo aquilo e de explorar quem eu queria ser daqui para frente. Entendi que não precisava "voltar a ser a mesma pessoa", mas sim me abrir para uma nova versão de mim, mais forte, mais autêntica e capaz de seguir em frente.
Esse processo de cura foi acontecendo aos poucos, com um trabalho interno constante, quase como uma construção de quem eu sou, mas afora sem dependências e sem as idealizações do passado. A cada passo, percebia que o sofrimento diminuía, que o peso se tornava menos e que, em seu lugar, surgia uma nova leveza, uma nova vontade de viver a minha própria história, no meu tempo, com os meus sonhos. Novos e velhos.
Hoje, vejo o término como um ciclo que se fechou, para que um novo pudesse se abrir. É difícil enquanto estamos na dor, mas existe uma liberdade em aceitar que certas coisas terminam para que outras comecem. E esse novo ciclo tem sido o espaço para eu me redescobrir, me reinventar, e aprender a viver em paz comigo mesma, independente de qualquer relação.
Com tudo isso, que você que deve estar passando pelo processo, saiba que vai passar, mas é preciso abrir caminhos para isso. Sofra, chore, lamente, é um direito seu, mas saiba que você merece superar, e merece ter a oportunidade de passar por isso e erguer a cabeça, com a coragem para recomeçar a sua vida. Você merece se fortalecer, ser a pessoa que deseja ser. Sacode a poeira, jogue tudo para o alto e recomece. E logo verá que tudo fica mais fácil quando nos permitimos fechar o ciclo e recomeçar outro.
Comece devagar, com calma, não precisa correr, atropelando tudo pelo caminho. Apenas comece, e faça acontecer.
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