Não se limite.

em quarta-feira, 26 de maio de 2021

 


Primeiramente, eu gostaria de agradecer ao e-mails que andei recebendo, com feedback sobre a minha última postagem, falando sobre liberdade emocional. Fiquei muito feliz, e devo dizer que eu deveria ter escrito mais coisas, porém, no momento as palavras me fugiram da mente, mas ainda bem que serviu para tocar algumas pessoas que leram.

O papo de hoje é sobre a gente não se limitar, não se anular na vida. A gente, às vezes, ou quase sempre, se anula por medo, por vergonha, até por cansaço, quem sabe. Limitamos os nossos sonhos tentando nos encaixar nos sonhos de outra(s) pessoa(s), caber dentro das possibilidades de outro alguém, e isso acontece muito quando somos casados, temos filhos, ou com uma vida estável, não queremos mexer no que está dando certo. Mas onde fica a emoção? Onde foi parar todo aquele senso de aventura e do sentimento de que tudo é possível? A gente sente falta disso, né? Principalmente quando a idade nos faz olhar para trás e a gente percebe que não realizou tudo o que queríamos. 

Eu cheguei numa fase de não desejar muita coisa, aprendi a apreciar o que tenho. Isso ficou mais forte  na pandemia, onde eu vi pessoas perderem a vida, inclusive, pessoas da minha família. Dá um choque de realidade, a gente lembra que a vida é frágil demais para ser desperdiçada. Então eu me vi fazendo promessas novamente, de viver intensamente, amar mais e odiar menos, praticar o bem sem olhar a quem, e perdoar até o que for imperdoável, o que é muito difícil. E prometi... não, eu não prometi, eu apenas ratifiquei o que venho fazendo, que é proteger minha filha e continuar sendo a melhor mãe que ela pode ter. E foram promessas como essas que me fizeram lembrar do sentimento de aventura, de que tudo é possível, e me fez voltar para a época que eu era jovem demais para entender tudo da vida, mas costumava acreditar que tudo era possível dentro do meu próprio mundo mágico. A gente reflete muito nesses momentos de tantas tragédias acontecendo no mundo todo, e eu me peguei perguntando do por quê não sermos assim quando não há tragédia? Por que nos limitamos, nos anulamos somente quando estamos acomodados com a nossa própria realidade?

Muitas vezes, temos medo de mudanças. Temos medo de que as coisas mudem tanto que não dê para voltar atrás. Como o medo de mudar para uma casa nova, em outra cidade, e até outro país. Medo de viajar para um país que você não sabe sequer o básico do idioma. Medo de encarar um novo relacionamento depois de tantas decepções. Medo, medo, medo. E a gente se acomoda com o que tem, aceita o que vem, calado. Mas a vida passa rápido demais para nos acomodar com tão pouco, é uma flecha que quando se atira, não volta atrás.

Eu participo de um grupo do facebook que reúne mulheres viajantes. Li um relato de uma querida participante que a admiro demais, onde ela conta que aos seus 48 anos, divorciada, filhos casados e a vida estável, resolveu viajar sozinha pela primeira vez para alguns países. O primeiro foi a Itália. Ela resolveu estudar o idioma por um ano, planejando a viagem durante esse tempo e foi. Mas conta que antes disso, ela se anulou pelos filhos, pelo marido que a traiu diversas vezes, pelo trabalho de coordenadora de uma escola e tantas outras coisas. Um dia ela estava em casa, num final de semana e uma amiga sua de longa data faleceu de câncer. Ela ficou arrasada por dias e disse que aquele final de semana foi o pior da sua vida. A partir disso, ela decidiu viver intensamente, com tudo o que tinha direito, e assim está fazendo. Ela já viajou para Dubai, Itália, Argentina e outros países. Vez e outra ela conta alguma coisa no grupo e inspira a nós mulheres, e é a ela que estou dedicando esse post e até aproveito para agradece-la por me inspirar sempre. Débora, muito obrigada, sempre!!

Histórias como a dela me faz pensar nas vezes em que me anulei. Eu sempre quis conhecer a Itália por causa da minha avó, e me anulei muito por causa do meu trabalho, minha filha, e diversas outras coisas. Eu desejava muito passar um tempo numa casa de praia só para escrever meu romance, então, eu venho me anulando sempre e não fazendo isso e outras que eu quero. Não vou culpar a maternidade, não tenho esse direito, pois há formas de eu realizar o que desejo, sempre. O problema é que vamos criando desculpas. Estamos sempre inventando um motivo para não fazemos o que realmente queremos. Medo. 

Então, minha amiga leitora, se você quer viajar para o Japão, compre a passagem e vá. Se não tem dinheiro, junte, planeje, foque. Se você quer um relacionamento mas tem receios, mande o medo para o inferno e se entregue de vez. Se você quer mudar de bairro, cidade, país, faça isso agora. A vida não espera você se livrar do medo. O planeta não para de girar e o relógio continua no seu tic tac.

 Faça tudo o que deseja agora. Tudo o que for saudável, que te deixe de consciência tranquila para dormir, viu. Não faça besteiras, nenhuma loucura que possa lhe prejudicar, ok?

Olhe para a sua janela. Se concentre no que vê. É a vida acontecendo lá fora. O dia vai mudando, tudo cresce e muda. E o que você fez por si mesma enquanto isso? Você conseguiu se cuidar? Conseguiu se colocar em primeiro lugar, ao menos por um dia? Fez aquela viagem que tanto planejou? Não? Não é tarde para isso. 

Claro, estamos numa pandemia e isso pode ser um motivo de não estamos fazendo tudo o que queremos. Por exemplo, pretendo ir a Coréia do Sul para um projeto que venho planejando há mais de um ano. Estou aguardando essa pandemia passar, então realmente não posso fazer absolutamente nada.  Não posso fazer nada que me coloque a minha saúde em risco, e posteriormente, a minha filha, por quem sou responsável. Mas, pequenos prazeres eu consigo realizar, como ter um dia inteiro de descanso em algum hotel spa. Tente isso uma vez, podendo ser num hotel de três estrelas, mas tem que ser somente você e a sua paz. É uma uma excelente terapia. Coisas desses tipos, dá para experimentar ao menos uma vez na vida. É só planejar, focar e não se anular, não inventando desculpas.

Não se limite, jamais.

Bye

Libertar- se.

em quinta-feira, 20 de maio de 2021

 

Eu poderia tecer qualquer besteira aqui sobre liberdade, aquela que você tem o direito de ir e vir, voltar, ficar, falar, pensar, expressar, e por aí vai. Isso todo mundo já conhece e está até careca de saber, certo? Mas, eu tenho pensando muito em escrever sobre liberdade emocional, o que pouco é falado nas redes sociais, blog, matérias e afins.

E o que é essa liberdade emocional? É o sentimento de desapego, de libertação daquilo que tanto te sufoca, te prende a sentimentos que não são recíprocos ou sadios. É como diz o ditado: Quando morre o apego, nasce a liberdade emocional.

Eu tenho falado muito sobre a inteligência emocional aqui no blog, e ela é importante para o processo dessa liberdade emocional acontecer. Mas aí, você vai me perguntar: Ellen, como eu faço isso? Eu ainda amo aquela pessoa, eu ainda quero isso e aquilo, eu sinto falta disso e disso, e por aí vai... Tudo é um processo, e vai de você dar início a esse processo, através da sua consciência e responsabilidade dos seus sentimentos. Tudo depende unicamente de você. Esquece o outro, deixa para lá. O agora, é você e o seu recomeço. É você e sua autonomia pessoal e emocional.

Sei que parece fácil falar, mas também não é difícil realizar quando a gente percebe a necessidade de dar o primeiro passo para nos refazer das cinzas daquilo que se foi, daquilo que te faz mal, que te deixa infeliz, insatisfeita, etc. Ah, claro, o amor próprio é tudo, mas sem exageros. Então, liberte-se. 

O blog seguia a linha única do tema  sobre relacionamentos. Com o tempo, eu senti necessidade de abrir novos caminhos, novas abas, novos assuntos Depois percebi que isso ajudou as leitoras a focarem em outras coisas, pois a maioria chega aqui tentando buscar soluções para os seus relacionamentos complicados e confusos, ou simplesmente entender o que está acontecendo. E eu sempre venho falando sobre focar em outras coisas quando o fim do término ainda te afeta, acho que levei isso para o blog, outros focos.

Se prender em relações frustradas simplesmente porque você acha que não pode viver sem aquela pessoa é um peso no tempo. Você acha que não vai conhecer alguém como ela novamente, mas lembre-se, que essa pessoa não pretende te fazer feliz mais, então, o certo é você agradecer por uma nova oportunidade de conhecer alguém que tenha esse interesse. As possibilidades são infinitas, e a pessoa que você ama está lá no passado, o que ele/ela já foi um dia, mas as coisas mudaram, ele/ela mudou. 

A gente se amarra na possibilidade de uma reconciliação porque temos esperança de tudo voltar a ser como foi no começo do relacionamento. E a gente tem que lembrar dos problemas atuais, dos motivos que levaram ao término. Os sentimentos demoram um pouco para "sumirem", porque é um processo. Eu digo que são três fases do término: O luto, a negação e a aceitação. Primeiro, você sofre a perda, segundo, você cai em negação, não acredita que a relação realmente acabou. E terceiro, você começa a aceitar melhor o término porque percebe que foi o melhor para os dois, e que você precisa seguir em frente. No começo é duro, a gente acha que vai morrer, que não vai aguentar mais nada, nem outra perda. E eu garanto, vai passar. Tudo passa, e você vai amar novamente, vai se entregar de novo. 

A liberdade emocional trabalha no fortalecimento emocional, te ajudando a aceitar melhor o que sente, mas antes de tudo, com a consciência do que te faz bem e do que te faz mal. É onde entra a inteligência emocional, que te ajuda a escolher o que deve sentir, quando sentir, e quando deixar de sentir. 

Eu levei tempo para trabalhar tudo isso. No começo é difícil, eu tive dificuldades em reconhecer o que me fazia mal, e o que era o melhor, aceitar certas coisas. Posso dizer que fui saco de pancadas de muita gente porque eu não sabia dizer "chega, não quero ser tratada assim", e com  o tempo eu fui reconhecendo que eu permitia isso, eu me calava em vez de reagir. As humilhações foram muitas e eu aguentei acreditando que estava protegendo pessoas que eu amava, e não, não estava. Eu fiquei emocionalmente doente por um tempo, tive depressão, cheguei ao fundo do poço achando que não aguentaria mais segurar tanta barra sozinha. Chegou um momento que eu avaliei tudo, me avaliei, me pontuei e decidi que aquilo acabaria. Eu fiz um esforço tremendo para me curar, mas antes de tudo, aceitar que precisava de ajuda. E não falo só de relacionamento amoroso, mas de todos os relacionamentos da vida. A gente aprende.

E a idade também me ajudou a chegar onde cheguei, na maturidade emocional e liberdade. Estou na casa dos 40 já, tudo passou tão rápido e eu olho para trás e penso: "Puxa, eu era assim, quem diria". Quando eu era mais nova, era muito ingênua. Eu acreditava na bondade das pessoas e perdoava fácil. Aceitava todo tipo de coisas porque acreditava que aquilo era só de momento, apesar de ficar magoada. O tempo me ajudou a reconhecer o que aquilo não era sadio para mim. A gente tende a não querer enxergar, por diversos motivos. A gente tapa o sol com a peneira e acaba sofrendo, e desnecessariamente. A gente não precisa passar por isso. 

Se você tem uma relação, seja com familiar, amigos, parceiro, que não está te fazendo bem, não precisa conviver o tempo todo, não precisa aceitar o que te faz mal. É uma decisão sua. Ou você aceita e aguenta firme sem reclamar, ou deixe ir e recomece sua vida. Ou simplesmente se afaste por um tempo para que as coisas se esclareceram na sua mente. Mas tenha consciência do que você está permitindo que façam, que falam e o que pensem sobre você.

Tem uma coisa que eu costumo falar para alguns amigos que é a gente ficar OFF. Ou seja, não falar muito da sua vida para as pessoas, ou falar tudo o que pensa, principalmente nas redes sociais, pois isso é dar munição para gente desocupada falarem da sua vida. E a gente sabe que o passatempo preferido de pessoas tóxicas é falar mal da vida alheia como se a dela fosse perfeita. E uma coisa é certa, quando nós estamos ocupados amando e vivendo a própria vida, não tem tempo para tomar conta da vida de outra pessoa. E isso eu também custei a aprender, mas aprendi. Portanto, viva em OFF, e liberte-se. Dane-se o que vão pensar sobre o fim do seu casamento, do seu relacionamento, do que quer que seja sobre você, meu bem. Liberte-se no seu OFF.

Se você está sofrendo agora, seja qual for a razão, decida que não vai ficar assim porque merece ser feliz. Decida que vai escrever sua própria história, e vai deixar um legado lindo para as pessoas que você realmente ama. Decida que vai orgulha-se de si mesma a partir de agora. Decida que vai ser diferente daqui para a frente e vai ser aquela pessoa FODA. Decida ser quem você realmente é, porque é só você que importa. Essa é a graça da liberdade emocional. Decidir se libertar. No fim, você vai descobrir que ficar preso não que não te feliz não tem grande valia. 

Liberte-se, agora.

Bye

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